O que falar desses trabalhos que não conhecemos direito, mas já nos amendotrando pacas?

No início, a ideia de visitar um espaço comunitário sem supervisores, ainda no primeiro quadrimestre, assusta. Mesmo havendo um discurso incentivador, que nos lembrava da capacidade que tínhamos para fazer a atividade, por conta dos diversos textos estudados e das ricas discussões ocorridas na sala de aula, como é muito bem dito popularmente, o buraco é mais embaixo. Isto é, na prática a teoria é outra.
No entanto, apesar de nossas inseguranças, ainda implícitas, maquiadas pelos sentimentos de responsabilidade e comprometimento exigidos para a situação, fomos em frente, nos organizando em praças, analisando os caminhos e as circunstâncias. Decididos a realizar uma apresentação não muito complexa, mas que se atentasse aos conteúdos do Plano Orientador da Universidade Federal do Sul da Bahia junto às nossas impressões acerca dos contrastes e similaridades experimentas no espaço universitário em relação ao que no papel um dia foi posto, especulamos uma visita rápida, porém efetiva ao Colégio Modelo, ocorrida a exatas duas semanas. Houve, no momento da preparação, a preocupação no aprofundamento dos conhecimentos do espaço que escolhemos, tanto até que, alguns membros, entrevistaram o Vice-Diretor do Colégio. Não diria que foi a partir desse momento que o controle foi perdido, primeiro, porque não houve um grande marco que proporcionou o grande descontrole/fracasso (se é que houve algum), segundo, pois o fato de sabermos que numa Instituição Pública de Ensino Médio existiam problemas graves, não se trata de uma substancial novidade. Porém, certamente, tal ocorrido serviu de alimento para o desenvolvimento (veja quem nos encontra novamente) da insegurança.
De qualquer modo, a visita aconteceu dentro de nossas principais expectativas, tocamos nos assuntos que foram combinados para a fala, cumprimos com as solicitações, mesmo que de maneira pouco refinada e saímos do Modelo suficientemente satisfeitos. Sem dúvidas, tratou-se de um trabalho pedido com o propósito claro de permitir ao graduando uma experiência o mais real possível fora da universidade acerca dos conteúdos abordados dentro dela. Insere no estudante que deseja ser educador uma prévia do que lhe aguarda mais tarde. Significa, ao não pretendente à tal função, a oportunidade de se transbordar de conhecimentos importantes, mas sem tamanha necessidade prática para sua pretensão como bacharel. No entanto, fica a dúvida se foi o momento certo para a solicitação desse projeto. Alguns colegas, integrantes da equipe que faço parte e de outras das quais não, relataram que não estavam 100% à vontade em se expor, no primeiro quadrimestre, com relativas poucas horas de estudos textuais e teóricos, a uma sala de aula do Ensino Médio, em um contexto, no mínimo, intimidador. Isto é, mesmo tendo uma visão o mais enxuta e sensata possível do projeto de Conclusão do Quadrimestre, o fato dos estudantes se questionarem acerca do que é solicitado mostra o quão, por mínimo que seja, perigoso é um processo ensino-aprendizagem voltado à sua burocracia. Alguns minutos de reflexão podem atrapalhar o aluno na decisão de entender se foi produtivo para ele fazer o trabalho ou não.
Enfim, o que passou passou (de novo utilizando uma expressão popular, mais verdadeiras impossível) e o que se leva é a certeza de que precisamos melhorar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Sistema de Numeração Chinês, Tradicional e Milenar

Ondas sonoras: instrumentos musicais

Ondas sonoras: pontuais definições e breves detalhamentos